Condenado a mais de 400 anos de prisão por inúmeros crimes de corrupção, o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, teve sua prisão revogada pela segunda turma do STF com voto decisivo do ministro Gilmar Mendes.
Com a decisão do Supremo Tribunal Federal, Sérgio Cabral aguarda a expedição expedição do alvará de soltura pela Justiça Federal do Paraná, o que deve acontecer em breve, onde o processo tramita.
O procurador da República Deltan Dallagnol se manifestou em suas redes sociais:
Aconteceu. É o fim. O último preso da Lava Jato, e um dos que mais representou a absoluta falência moral e a decadência da corrupção no Brasil, foi solto pelo STF, com voto decisivo de Gilmar Mendes. + https://t.co/f4zgYZFreU
— Deltan Dallagnol (@deltanmd) December 17, 2022
O juiz Sérgio Moro, que conduziu a Operação Lava-Jato também se manifestou em redes sociais:
Sergio Cabral solto, a responsabilidade fiscal abandonada, as estatais ameaçadas pela volta do loteamento político. Vivemos tempos desafiadores nos quais a honestidade parece ter sido banida.Lutaremos no Senado para restabelecer a verdade e a justiça.O seu apoio será fundamental.
— Sergio Moro (@SF_Moro) December 17, 2022
O magistrado desempatou o julgamento que ocorria no plenário virtual da Segunda Turma da Corte e se juntou aos ministros André Mendonça e Ricardo Lewandowski:
'Os fatos imputados ao acusado não são novos, nem mesmo contemporâneos, sendo insuficientes para justificar a segregação cautelar'—escreveu o ministro do STF. 'Ao que tudo indica, a manutenção da segregação cautelar do acusado tem servido como antecipação de pena, o que contraria frontalmente a orientação jurisprudencial sedimentada nesta Corte'.
Amigo de Lula, Sérgio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro, foi preso preventivamente em 2016, acusado de receber propina para beneficiar empresários em obras como a reforma do Maracanã e o PAC das favelas. Ele responde a mais de 20 processos e foi condenado conforme noticiado em todo o país.

Conforme noticiado pela Gazeta do Povo, 'Sérgio Cabral foi denunciado em 35 processos oriundos da Lava Jato. Desse total, 33 tramitam na Justiça Federal e dois na Justiça do Rio. Ele já foi condenado em 23 ações penais na Justiça Federal. As penas impostas ao político chegam a mais de 425 anos.'