Na semana passada no Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), o ministro Barroso do Supremo Tribunal Federal (STF) teceu falas constrangedoras para qualquer membro do mais importante tribunal do Brasil.
O assunto tomou conta das redes sociais, jornais e programas políticos. Seria difícil descrever qual das recentes falas de Barroso chamam mais atenção dos brasileiros. Mas cabe a nós relembrarmos os maiores absurdos já ouvidos advindos de um ministro que deveria defender a constituição e não expor-se com falas descabidas para o cargo que atua, que tem como norma de conduta, não participar de eventos políticos, pois isso prejudica a imagem do STF.
No vídeo que circulou nas redes sociais, o ministro aparece falando frases sem sentido em sua maioria, entretanto uma frase chamou atenção. Veja o vídeo no Youtube.
"Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o Bolsonarismo (...)"
Como todos podem perceber, primeiro duas figuras de linguagem, facilmente distorcidas e depois Barroso demonstra o seu espectro político, tornando-o imparcial diante da sua atuação na Suprema Corte.
Em 2022 o ministro participou do "Lide Brazil Conference" nos EUA e na ocasião fez a seguinte fala:
Durante discurso no evento “Lide Brazil Conference”, nesta segunda-feira (14), em Nova York (EUA), Barroso afirmou que "criaram uma lenda de que o STF é contra o presidente"; segundo ele, Lula, Dilma e Temer tinham queixas, mas não 'atacaram o Tribunal e seus ministros' pic.twitter.com/C6h15iXFTz
— Gazeta Brasil (@SigaGazetaBR) November 14, 2022
Mas esta não foi a única vez onde Barroso fez comentários para além da dúvida. Em novembro de 2022 nos EUA, o ministro foi questionado na rua por um brasileiro que indaga sobre o código fonte do sistema eletrônico brasileiro e é surpreendido por um "Perdeu mané, não amola".
Em outra oportunidade Barroso foi flagrado em uma conversa nos corredores de Brasília onde dizia "eleição não se ganha, se toma" em uma conversa com o parlamentar Jonatan de Jesus do Republicanos Roraima, fato este que foi "desmentido" pelas redes sociais da Justiça Eleitoral, esta outra aberração jurídica brasileira, que declara o acontecimento como um boato. Veja o vídeo e a criação de uma distorção da realidade, facilmente empregada pelos que desejam ludibriar a população.
Apesar de que em 15 de Junho de 2020 o ministro deu entrevista para o Roda Vida, onde declarou que "a Lava-Jato ajudou a mudar a cultura de impunidade no País", em uma outra oportunidade nos EUA - os ministros têm uma vida no estrangeiro muito assídua - uma brasileira interpelou Barroso enquanto este falava que precisou impedir "o abominável retrocesso que seria a volta ao voto impresso com contagem pública manual". Enquanto a mulher interrompe o ministro dizendo "Isso é mentira. Ninguém falou em contagem manual". Barroso encerra o assunto acusando o Brasil de ter um grave problema de "déficit imenso de civilidade". E ainda completou "É preciso trabalhar com a verdade".
Isso tudo apesar de a própria Justiça Eleitoral ter decidido que o voto impresso seria implementado aos poucos até o ano de 2018, como mostra a matéria da Rádio e TV Justiça. Mas algo fez com que eles - os "iluministros" - mudassem de ideia e em 2018 derrubassem o voto impresso auditável. Assim como podemos citar também Simone Tebet (MDB), Carlos Lupi (PDT) e o ministro Flávio Dino de Lula.
Barroso contribui para manchar ainda mais a instituição do STF, que nada tem a haver com tais opiniões públicas emitidas pelos membros da Suprema Corte e ainda apimenta a cobrança de impeachment dos ministros que insistem em jogar fora das quatro linhas da constituição - essa que deveriam resguardar sobretudo.
