Ah, meus queridos leitores, vamos embarcar juntos nesta dança do absurdo chamada política brasileira. Preparem-se para um mergulho na comédia do poder que faria Aristófanes orgulhoso, e Kafka provavelmente invejoso.
O Partido dos Trabalhadores (PT), que também, curiosamente, é o governo atual do Brasil, decidiu apresentar um pedido a si mesmo para abrir seu próprio canal de televisão e rádio. Sim, você leu direito. É como se um homem pedisse permissão ao próprio reflexo no espelho para sair de casa. É o espetáculo do “absurdo burocrático”, transmitido em cores vibrantes direto do Palácio do Planalto.
E a justificativa? Promover o “debate” e a “educação política”; leia-se doutrinação. É como se o PT estivesse se oferecendo para fazer o trabalho sujo de discutir política enquanto o resto de nós aproveita a novela das nove. Oh, quão generoso! Pergunto-me se eles teriam a gentileza de tirar o lixo também.
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No entanto, a cereja deste bolo tragicômico é a expressão usada por eles: a promoção de sua “ideologia”. Eu quase cuspi meu café quando li essa. “Ideologia”, neste caso, é, evidentemente, um eufemismo para “programa de TV do PT com tema PT, patrocinado pelo PT”. Afinal, quem precisa da Netflix quando você pode ter um fluxo ininterrupto de PT em todas as cores do arco-íris político?
Por fim, vale lembrar a bela defesa de Jilmar Tatto, que argumentou que todos os partidos deveriam ter seus próprios canais. É como dizer: “Todos podem ter sua própria TV, desde que transmitam nossa novela”. Imaginem só, a diversidade cultural em canais de diferentes partidos seria incrível - quase como escolher entre coca-cola e pepsi.
O PT está nos guiando por um labirinto de realismo mágico tão fantástico que Gabriel García Márquez ficaria verde de inveja. Num futuro próximo, não ficaria surpreso se o PT solicitasse um ministério exclusivo para a escolha de uniformes coloridos para a população, tudo em nome da “promoção de sua ideologia”.
Então, meus caros, aqui estamos nós, numa versão distorcida de “Alice no País das Maravilhas”, onde o PT interpreta todos os papéis, desde a Rainha Vermelha até o Chapeleiro Maluco. E no meio desse absurdo todo, só nos resta uma coisa a fazer: rir. Rir para não chorar, porque neste teatro do absurdo, a única coisa mais estranha que a ficção é a realidade.