Parece uma estupidez ter que tratar a respeito do óbvio. De fato é, porém no país em que vivemos, com a cultura que temos, com a falta de senso da maior parte de toda população em realmente entender o mundo real, é necessário tratar do óbvio não como uma estupidez deste que vos escreve, mas como uma estupidez, ainda que não proposital, do indivíduo.
Sim, o Estado — ou seja, toda a estrutura governamental — é sustentada por todos nós. Esta obviedade genérica parece não ser o suficiente, então vamos listar algumas das inúmeras coisas que somos obrigados a sustentar com o nosso dinheiro:
- Segurança: policiamento, corpo de Bombeiros, iluminação, asfaltamento, câmeras de segurança, sinalização de tráfego, etc;
- Saúde: sistema único de saúde (SUS), unidades de pronto atendimento (UPAs), postos de saúde, hospitais públicos, saneamento básico, etc;
- Educação: escolas em todas as esferas, universidades federais e estaduais, professores e pedagogos, estrutura de ensino, grade curricular, etc;
- Sistema político: senadores, deputados, vereadores, prefeitos, governadores, presidentes da República, ex-presidentes da República, Ministros de Estado, Secretários de Estado, etc;
- Sistema burocrático: tribunais, juízes, promotores, procuradores, ministérios públicos, controladorias, Ministros do STF e TSE, procuradores da Fazenda, Auditores Fiscais e Receita Federal, etc;
Há inúmeros outros órgãos, também, dentro do sistema financeiro que somos obrigados a sustentar com nosso próprio dinheiro, com o suor do nosso rosto.
Pense, agora, quais serviços públicos funcionam na sua integralidade? Quais serviços públicos atendem, de fato, a população mais pobre e mais carente? Nenhum.
Não ironicamente, entretanto, dos sistemas públicos, aqueles que funcionam de fato são os serviços que mantém o funcionamento da máquina estatal, quais sejam, o sistema político e o sistema burocrático. E estes são os que se classificam como elite ou mesmo o que os progressistas dizem combater: a classe burguesa.
São estes, também, os que detém o massivo controle de toda a sociedade e de todas as suas ações. São os que cerceam a sua liberdade e submetem a todos à vida de humilhação e escravidão.
Um trabalhador médio com seu um salário mínimo e meio, pagando imposto de renda e que ‘generosamente contribui’ para a constante manutenção dos supersalários de políticos e burocratas, que estão na faixa dos seus quase R$ 50,000 por mês, com direito a todas as impensáveis regalias, assim como todas as beneces para todos os seus funcionários e assessores, seus apadrinhados políticos em exercício de atividades administrativas e cargos de confiança.
Você realmente acha que é livre neste país?
Esta reflexão gira em torno de um questionamento: até quando sustentar uma máquina parasitária sem qualquer propósito, que não o de sua filosofia utilitarista, permanecerá sendo uma ação não proposital? Você pagaria, afinal de contas, por serviços que não funcionam em nenhum de seus aspectos?
Entre serviços públicos e serviços privados, qual você escolheria pagar? Entre uma escola pública e privada, entre hospital público e privado, qual dessas opções você escolheria para seu filho?
Infelizmente vivemos em uma sociedade que já se entregou às migalhas do Estado paternalista, que, por meio da cultura, promoveu a destruição do senso comum do indivíduo, tornando-o escravo de si próprio e do sistema que o parasita e fazendo-o temer ideia de liberdade e de seu real sentido e significado.