SÃO PAULO — No ano de 2002, o então candidato da extrema-esquerda, o petista Luiz Inácio Lula da Silva, questionou a credibilidade das “sacrossantas” urnas eletrônicas (que tanto defende hoje) e criticou a participação da Abin — Agência Brasileira de Inteligência — no processo eleitoral, por acreditar que a participação do órgão serviria como espionagem ao pleito eleitoral daquele ano.
“O meu medo é que a Abin, em vez de fiscalizar as eleições, fique fiscalizando a vida dos candidatos… obviamente não do governo, mas da oposição”, disse ele, durante visita ao distrito de Paranapiacaba, em Santo André (SP).

Mesmo Lula, na sua segurança — ou não — em sua vitória, não deixou de atacar as urnas eletrônicas e mesmo colocar em xeque a sua confiabilidade. Para ele, nada era infalível, “somente Deus” — se é que este senhor acredita mesmo em Deus.
“Nada é infalível, só Deus. Vamos pegar o que aconteceu aqui, quantas denúncias já foram feitas de defunto que vota, de cidades que têm mais eleitores do que habitantes.”
O então candidato petista da extrema-esquerda concluiu que, dado esse histórico, “não sabemos se a urna pode ser manipulada ou não” … “Acho que cabe ao povo brasileiro não permitir que haja fraude na eleição.”
Como chave de ouro, Lula ainda defendeu o voto impresso que serviria como último obstáculo a todo e qualquer tipo de desconfiança às sacrossantas e inquestionáveis urnas eletrônicas.
Lula propôs ainda que seja impresso um “tíquete” após a votação na urna eletrônica, que seria depositado em uma urna convencional. “Aí está zerado o problema. Quem tiver desconfiança faz a aferição entre a urna e o resultado da apuração eletrônica.”

Conforme informações do jornal da extrema-esquerda, Folha de S.Paulo, o petista também já publicou que Bolsonaro mentiu sobre as urnas: “Mas ele foi eleito quatro vezes deputado pela urna eletrônica” e disse não haver ”um deputado, um prefeito, um governador questionando a urna eletrônica, só ele [Bolsonaro]”.
Porém, o mesmo jornal de extrema-esquerda, a Folha de S.Paulo, publicou a matéria em que Lula questiona a confiabilidade das urnas e sugere que o “voto impresso impediria uma possível fraude” — prova de que o próprio petista, à época, não confiara no sistema eleitoral. Deste modo, qual seria, portanto, na sua primeira eleição vitoriosa, a desconfiança à respeito das urnas eletrônicas? Se por um lado um vereador, um deputado, um senador, um prefeito, um governador não se preocupa com a urna eletrônica, por qual razão um candidato ao cargo máximo do país, cargo de chefe-de-estado e chefe-de-governo se preocuparia?
Seria hipocrisia? Garantia de poder e do establishment?
De acordo com reportagem do conglomerado de mídia da extrema-esquerda, o jornal O Globo, a solução de Lula contra possíveis fraudes foi explicada por ele: “O eleitor vota, a máquina dá um tíquete igual ao de um caixa de supermercado, e o papel é depositado numa urna. Em caso de desconfiança é só conferir”.
No ano passado, porém, Lula criticou o voto impresso como conveniência e furtando-se de lembrar do que defendera no passado recente. “Voto impresso é voltar pra época dos dinossauros. Se fosse possível roubar na urna eletrônica, jamais um metalúrgico teria sido eleito presidente da República”, publicou.
Deixamos o questionamento: o que é o golpismo? Quando se nota o golpismo? Qual é a conveniência do golpismo? Qual a classificação de golpismo para a direita ou para a esquerda? Haveríamos, portanto, classificar Lula de golpista em razão de suas falas passadas? Cabe ao leitor e ao eleitor decidir, caso este tenha capacidade de discernir e responder a si mesmo às questões supracitadas.