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Lula propõe ordem globalista em reunião com Biden, nos EUA

O petista convidou o líder americano para discutir “um mecanismo de governança global” que force os países a acatar decisões na área climática.

WASHINGTONEm primeira reunião entre os esquerdistas Luiz Inácio Lula da Silva e Joe Biden como presidentes do Brasil e dos EUA, realizada na Casa Branca, em Washington, nesta sexta-feira (10), o petista convidou o líder americano para discutir “um mecanismo de governança global” que force os países a acatar decisões na área climática.

Em declarações dadas na presença de jornalistas no Salão Oval, os dois presidentes destacaram a ‘importância’ da preservação ambiental e reforçaram a necessidade de ‘fortalecer instituições em defesa da democracia’ — levando em conta os episódios semelhantes em ambos os países em que se deu a invasão no Capitólio em 2021 e a invasão nos Palácios dos Três Poderes em 2023.

Destacaram que as suas duas nações foram testadas em suas respectivas batalhas para ‘preservar a democracia’, com o presidente dos EUA declarando que a democracia finalmente “venceu” sobre as multidões do que classificou de “extrema-direita” que tentaram derrubar seus governos.

“Temos alguns problemas para trabalhar juntos: nunca mais permitir que haja um novo capítulo do Capitólio e que nunca mais haja o que aconteceu no Brasil”, disse Lula.


“Ambas as nossas nações, democracias fortes, foram testadas ultimamente... Duramente testadas.”, disse Biden no início de sua reunião no Salão Oval. “Mas, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, a democracia venceu.”


Já na questão climática, em um aspecto globalista, Lula disse à Biden que “a questão climática, se não tiver uma governança global forte e que tome decisões que todos os países sejam obrigados a cumprir, não vai dar certo”, afirmou o Lula à Biden. “Não sei qual é o fórum, não sei se na ONU, não sei se é no G20, não sei se é no G8, mas alguma coisa temos que fazer para obrigar os países, o nosso Congresso, os nossos empresários a acatar decisões que tomamos em nível global.”

Já Biden, na toada de retomada dos elos entre os países após dois anos dormentes, disse ver o Brasil como “parceiro natural para enfrentar os desafios atuais, globais e em especial as mudanças climáticas”.

A reunião a sós entre Lula e Biden estava programada para durar apenas 15 minutos, mas a conversa levou cerca de 50 minutos. De lá, eles tiveram uma reunião ampliada, com a comitiva ministerial que acompanha o petista e parte do gabinete do democrata. Em clima caloroso, bem diferente do encontro que teve com Jair Bolsonaro (PL) no ano passado, Biden disse a Lula ser “uma honra recebê-lo de volta na Casa Branca”.

Nas declarações iniciais, o presidente brasileiro, assim como já havia feito em viagem à Argentina, em janeiro, criticou Bolsonaro diversas vezes, ainda que outra vez não tenha citado o nome de seu adversário que, parece assombrá-lo em seus sonhos. “Tivemos um presidente que mandava desmatar, mandava garimpeiros entrarem em áreas indígenas, mandava garimpar nas florestas que demarcávamos como reserva na Amazônia”, afirmou Lula com diversas narrativas da sua ala de extrema-esquerda.

Com sua plena satisfação em continuar a atacar o seu antecessor, o petista, que ainda não saiu dos palanques e da disputa eleitoral, disse que o dia de Bolsonaro “começava e terminava com fake news”, Biden afirmou que a descrição soava familiar, em comentário referente a Donald Trump, o que gerou risadas na sala.


Lula chegou à Casa Branca às 17h50, no horário de Brasília, e cumprimentou o presidente americano com um aperto de mãos que simbolizou a reaproximação entre Brasil e EUA — agora alinhados ideologicamente com a extrema-esquerda progressista — após dois anos de em que Jair Bolsonaro esteve à frente da presidência.

Ele chegou acompanhado da primeira-dama, Janja Lula da Silva, e foi recebido pelo presidente americano no jardim dos fundos da Casa Branca. Jill Biden, mulher do democrata, tomaria um chá com Janja, mas a agenda foi cancelada porque a americana “não estava se sentindo bem”. Janja então fez um tour pela Casa Branca enquanto os presidentes se reuniam.

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