O brasileiro é culturalmente um sujeito passivo e costuma se impor quando a corda está totalmente envolta de seu pescoço.
Em meus textos, sempre de forma responsável, faço várias comparações implícitas ou explícitas com terror de George Orwell—“1984”—e o quão próximos estamos cada vez mais desta distopia. Porém muita gente ainda não se deu conta disso, talvez pelo ceticismo ou mesmo pela idade e sua consequente falta de maturidade em razão da óbvia falta de vivência e experiência. É como se ainda estivessem dormindo na cápsula do mundo das máquinas vivendo um sonho aparentemente real na Matrix.
A liberdade é um princípio inegociável. Nada deve se sobrepor a esta condição natural do ser humano. Para nós libertários, entendemos que a liberdade está restrita a uma só condição: a liberdade do outro indivíduo. Esta compreensão nos leva a estabelecer contratos sociais e formar o que de fato e em essência uma sociedade é: um conjunto de associações voluntárias entre pessoas livres que estabelecem seus contratos e cláusulas e, assim, vivem de forma ordeira e pacífica conforme seus interesses.
Entretanto, ao permitir—observe bem esta palavra—que um terceiro use de intervenção por meio da coerção, ou seja, por meio da violência contra uma associação, estamos legitimando um poder que não existe e uma força irreal de um intruso.
Dentro desta breve consideração, é importante lembrar que o Estado possui um poder muito mais forte que vai além da coerção mediante o uso da força e da violência, tal poder se chama coerção psicológica.
A coerção psicológica exercida pelo Estado subjuga toda uma população e tal coerção não somente é transmitida pelo Estado aos indivíduos, mas dos próprios indivíduos a outros indivíduos. É literalmente uma lavagem cerebral em massa bem como a disseminação de uma ideia que, desde criança, fomos acostumados a acreditar e a aceitar o Estado como poder legítimo. Porém cabe aqui trazer a seguinte observação: o Estado usa da sua coerção psicológica contra o indivíduo e este último, domado por esta coerção, legitima esta força com uma cega crença na ideia de que 'o Estado é um mal necessário' e de que 'o Estado é um fato'. Perceberam? Isso está literalmente enraizado bem como literalmente incutido no mais profundo da alma do ser humano como uma verdade absoluta e incontestável.
Rousseau diz que 'o homem nasce livre e por todas as partes encontra-se acorrentado'—cabe aqui uma inferência lógica e inegável de que, desde o nascimento, você se encontra subjugado por uma minoria de bandidos do colarinho branco—dessa forma trazendo à luz da compreensão humana de que o Estado é literalmente uma ameaça a uma natural condição humana: a liberdade.
Ao longo desse turbulento período político de eleições gerais temos percebido a sistemática violação não somente dos direitos humanos que abragem a liberdade de expressão—freedom of speech—mas dos direitos naturais do indivíduo, tal como estamos tratando aqui, a liberdade em seu amplo sentido.
Permitimos que uma careca lustrada e iluminada pelo notório saber 'jurídico' colocasse em prática não a Constituição Federal, mas colocasse o que, com absoluta tranquilidade, chamo de uma pequena amostra atualizada do Direito Penal do Inimigo, ou seja, àqueles que ousarem se contrapor ao eminente iluministro, serão automaticamente considerados inimigos do Estado.